
Saudações, queridos leitores! Espero que tenham passado bem os últimos dias e estejam todos seguros e saudáveis. O post de hoje é um desses que está
há meses nos meus rascunhos, diretamente ligado às minhas
metas para 2020 e que a cada semana que eu deixava passar, acabava acumulando mais e mais conteúdo, HAHAHA!
Eu cresci numa casa onde se assistiam seriados constantemente - minha mãe viu estrear e terminarem todas as grandes séries da TV, tipo Charmed, The OC, CSI, Law & Order, Smallville, Heroes, Lost, entre tantas outras. Antes de séries serem moda na internet, já eram rotina na TV da minha casa, e quando as pessoas vinham me falar que "nossa você viu a série nova naquele canal aberto?", eu ficava meio perdida porque minha mãe já assistia ao seriado há x anos na TV à cabo. Coisas da vida.
Por isso, séries nunca foram o meu forte, e é meio incomum que eu as assista. Mas né,
quarentena tamo aí, e aí eu consegui tirar da gaveta todos os títulos que de alguma forma me interessaram nesse último ano e assisti tudo (um deles antes da quarentena, mas detalhes)
Sendo assim, hoje vamos falar das
séries que assisti nesse ano pra, quem sabe, vocês se interessarem pelos títulos tanto como eu.
Assim que
The Witcher foi anunciada, meu irmão encheu a minha orelha por
meses falando sobre como esse universo era incrível, sobre como Geralt era o homem mais gostoso do universo e sobre como essa série tinha tudo pra dar certo se a Netflix não estragasse alguma coisa. Logo, na semana que estreou, eu me pus a assistir, porque esse falatório todo me deixou curiosa.
The Witcher é uma
série fantástica, que gira em torno de suas três personagens principais: Geralt de Rivia, um bruxo (Witcher) caçador de recompensas, que vive exterminando seres místicos pra ganhar a vida; Ciri, uma jovem princesa envolta em questões políticas e mistérios e, por fim, Yennefer, uma feiticeira/maga extremamente poderosa, que vaga o mundo buscando algo que não pode ter.
Explicar sobre o quê The Witcher fala, exatamente, é um pouco difícil, pois a série parece um grande RPG.
O fio condutor do enredo é o Destino, que aparece um pouco como essa coisa soberana e onipotente que entrelaça as histórias de todas as personagens. A série traz um misto bem equilibrado de humor, aventura, fantasia e batalhas, e embora majoritariamente focada no desenvolvimento dos protagonistas e suas histórias/jornadas pessoais, existe todo um conflito político entre reinos que vai se desdobrando conforme os episódios passam. A série termina num pseudo-cliffhanger, e a segunda temporada já foi anunciada pela Netflix. Vale pontuar que a série é baseada nos livros, e não nos jogos da franquia, e que ela usa de
narrativa não-linear (mas não é muito confuso, eventualmente você pega todo o contexto e panorama da história e tudo se explica, confiem na tia).
Na minha opinião, The Witcher é uma série maravilhosa, mesclando cenas de humor com tensão muito bem, me fazendo rir e me esconder atrás da almofada num mesmo episódio. Minha personagem favorita até o momento é a Yennefer, que traz uma história de superação movida pelo preconceito sofrido e por muito ódio e, embora tenha atitudes e decisões questionáveis, mostra com muito primor uma mulher poderosa e emocionalmente frágil, numa busca incessante de um desejo impossível. Geralt, pra mim, foi uma grande surpresa, porque eu imaginava o típico protagonista lobo solitário, misterioso e sério, mas ele é um grande fanfarrão e eu me divirto horrores com sua constante 'passassão de raiva', HAHAHA! A única personagem meio pombo pra mim é a Ciri, mas eu suponho que o fato de ela ter sido protegida a vida inteira e não saber o que está acontecendo possa contribuir pro lugar meio vago que ela ocupa na história.
Recomendo 100% pra quem quer algo com um bom enredo, com aventura e fantasia. Não recomendo assistir com os pais ou irmãozinhos na sala, muitas cenas explícitas de sexo e violência. E não se esqueçam:
toss a coin to your witcher, a friend of humanity ♫
Boneca Russa é uma série fantástica, que me chamou a atenção pela premissa e humor mórbido. Aqui nós acompanhamos
Nadia, uma mulher que morre repetitivamente no dia do seu aniversário, sempre retornando ao banheiro da casa de sua amiga Maxine, e sua saga para quebrar esse ciclo mórbido no qual se encontra.
O trailer é engraçadíssimo e a princípio eu eu só fui assistir porque queria descobrir qual era a explicação pra Nadia ficar morrendo o tempo todo, porque a história não parecia ter uma vibe sci-fi ou algo assim.
Fui agradavelmente surpreendida com um roteiro profundo, questionando as relações humanas e como elas nos afetam, nos atravessam e nos formam, além do uso descarado de conceitos psicanalíticos freudianos muito bem colocados (a psicóloga em mim deu gritinhos, sim senhor). Boneca Russa é uma mistura envolvente de humor ácido e questionamentos muito humanos, sensíveis e difíceis de serem feitos. Nadia é uma protagonista sensacional, sempre falando o que incomoda na cara, e mostra uma jornada difícil e fascinante de acompanhar, vendo-a oscilar entre o sarcasmo e fragilidade, fortaleza e colapso.
Outra coisa bacana da série é que, embora ela seja bem focada nos dois protagonistas (Nadia e Alan), todas as demais personagens têm uma história, um estilo próprio, uma particularidade que as faz se destacarem mesmo no plano de fundo. A série ainda lida de forma descontraída com vários temas pesados, desde coisas subjetivas a problemas sociais, e ver a Nadia repensando toda a sua vida e trajetória nos faz pensar no quanto nós vivemos abafando nossos fantasmas, e isso acaba nos matando de dentro pra fora.
Uma série divertida e emotiva, certamente não recomendada pra se ver em família (tudo explícito meus xóvens, tudo!), mas que retrata a humanidade como ela é: uma verdadeira zona com uma boa trilha sonora.
Ah, e fica a dica: são
8 episódios de 24 a 30min de duração, então dá pra ver essa maravilhosidade bem de boas e rapidinho ♥
Ou: a série mainstream que todo mundo conhece, mas que eu levei uns bons anos pra enfim assistir.
E ainda bem:
Stranger Things tem uma mania maldita de deixar ganchos que beiram o cliffhanger, então permitir que as temporadas se acumulassem antes de ver a série foi uma boa ideia, pra eu não ficar me remoendo enquanto esperava novas temporadas.
Quando a série bombou, eu fiquei muito curiosa quando ao enredo, mas na época me resguardei por não saber se era terror ou não - e eu odeio, odeio filmes/séries de terror, não consumo nem que me pagem. Mas uma amiga garantiu que não era tão assustador assim - e nem deveria, pois Stranger Things é
uma história de suspense e ficção científica, toda ambientada nos anos 80 (o que nos garante figurinos icônicos e uma trilha sonora absolutamente maravilhosa).
A primeira temporada é, sem dúvidas, a melhor. Mas apesar disso, a série tem sido bem desenvolvida -
a trama cresce sem aquela impressão de que tudo foi mudando e o clima se perdeu, e vários enigmas vão sendo explicados ao longo de cada temporada.
Um coisa interessante dessa série é que ela busca
agradar todos os públicos - embora o hype esteja nas crianças, protagonistas centrais da série, existem outros pequenos grupos de destaque; temos questões infanto-juvenis na turma da Eleven, questões jovem-adultas que cercam as trupes Nancy-Jonathan-Steve, e as preocupações adultas com a trilha que seguem Joyce e Hopper.
Eu particularmente acho que Stranger Things está longe de acabar. Sucesso de audiência que consolidou a Netflix no mundo, parece que os criadores Matt e Ross Duffer ainda têm muito pano pra manga. Até a 3ª temporada eu não vi muitos problemas com isso, no entanto: inspirada em fatos reais. a série começa explorando os experimentos MK-Ultra da CIA, iniciados em 1953 na busca de desenvolver habilidades mentais para conseguir vantagem contra os inimigos Russos na Guerra Fria. Essa trama segue em desenvolvimento na segunda temporada e, na terceira (e última lançada até então), vemos justamente como os "inimigos Russos" tentam se aproveitar das descobertas mostradas nas temporadas anteriores.
Já temos uma 4ª temporada confirmada, com trailer e tudo, e apesar da quantidade de fermento que essa massa levou, dá pra acreditar que a próxima fase de Stranger Things ainda tem coisas novas e coesas pra mostrar. Resta torcer pra que meu feeling esteja correto e que as coisas não desandem, pois seria triste perder uma história tão boa por mera ganância comercial. D:
Pra encerrar, apesar de cenas um pouco pesadas (não recomendo ver essa série com as crianças na sala),
Stranger Things não é uma série de terror em si - agarre sua almofada favorita pra cobrir a cara nas cenas mais tensas, mas assista de coração leve se você é uma pessoa medrosa como eu. Por fim, a Nancy é um saco, Joyce rainha da porra toda e que tenhamos mais destaque para a trupe de Steve e Robin, os melhores jovens-adultos dessa história!
Com a segunda temporada próxima da estréia, eu não poderia deixar de falar de
The Umbrella Academy nem se quisesse. Baseada nos quadrinhos de Gerard Way (sim, aquele do My Chemical Romance) e Gabriel Bá (sim, um brasileiro É NÓIS), a série conta a história de uma família disfuncional, formada por um senhor excêntrico que tem a ambição de criar uma trupe de heróis capazes de salvar o mundo.
A premissa é muito boa, mas
o grande foco da trama está justamente nos laços familiares. The Umbrella Academy começa mostrando o fracasso ao qual expectativas podem acabar nos levando, e o quanto a falta de um lar afetuoso e harmônico pode prejudicar o nosso desenvolvimento. A família Hargreeves com a qual nos deparamos no primeiro capítulo é um grupo estranho, cheio de coisas mal-resolvidas e não ditas, onde cada filho acaba indo por um caminho totalmente diferente do que o imaginado por seu patriarca - e lança uma luz desconfortável sobre uma grande verdade, de que
talento e excepcionalidade não garantem uma vida feliz e realizada.
O grande pano de fundo para o desenvolvimento da história dessa família maluca é nada mais, nada menos, que o fim do mundo. Os dias da humanidade na terra estão contados, e cabe à Umbrella Academy superar os seus conflitos e unirem-se pra impedir esta grande tragédia. Mas com uma boa dose de humor, a série nos mostra que na teoria é lindo, mas a prática é um verdadeiro caos e nada sai como o planejado.
Destaque para o arco de Hazel e Cha-Cha, dois dos meus personagens prediletos, para a atuação absolutamente fantástica da Ellen Page como Vanya, que me emocionou bastante pela maneira humana e verdadeira como deu luz aos conflitos da personagem, e para a história do Klaus, que mostra como por vezes quem parece não ligar pra nada esconde muito sofrimento por detrás da máscara.
Por fim, se séries fantásticas e de heróis não são sua praia,
dê uma chance a The Umbrella Academy, pois esta vai muito além ao tratar do quão difícil é ser humano, ilustrando de maneira divertida as inseguranças, desejos, conflitos familiares, ostracismo, traumas e depressão. É uma boa história, vale a pena conferir.

E é por aqui que eu encerro essa postagem! A princípio eu tinha decidido fazer um post só porque não queria me demorar em cada uma das séries, mas admito que ele saiu bem maior do que eu esperava porque... eu tinha coisas pra falar, é isso aí mesmo,
HAHAHAHA! Faziam muitos anos que eu não assistia alguma coisa e tinha vontade de falar dela, mas cada uma dessas séries me deixou ávida a tagarelar sobre o assunto - então se a minha opinião sobre cada uma não foi o suficiente pra despertar o interesse de vocês, que seja esse fato o precursor de alguma maratona. Os títulos são todos da Netflix porque é o serviço que eu mais uso - foi-se o tempo em que eu caçava a internet pra assistir ou ler alguma coisa, um viva à preguiça da vida adulta (que a gente consegue justificar com estresse e cansaço, louvemos)!
Fico agora na curiosidade se algum de vocês, leitores queridos, conhece algum desses títulos ou ficaram interessados nessas histórias. Não contem comigo, porque eu certamente vou ter um ataque de fangirl (
especialmente se for Boneca Russa ou The Witcher. Nunca assisti nenhuma série tão rápido na minha vida). Por fim, uma boa semana pra todo mundo que leu até aqui, muitos beijinhos e até a próxima! o/
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