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Altos e baixos e abismos
Fazem uns 3 ou 4 dias que eu venho aqui, olho pro blogger, tento escrever algo e nada sai de mim. E não por algum motivo preocupante ou algo do tipo, mas porque eu recentemente descobri que tenho quedas depressivas por causa das alterações hormonais da TPM - coisa que eu não posso acompanhar agora, por causa da pandemia e pá. Já falei essa semana que
É muito louco perceber que eu tenho períodos de total esvaziamento e cansaço e outros de euforia e produtividade. Fiz dois layouts em uma semana, basicamente - um deles em um dia. Terminei duas disciplinas da pós-graduação. Escrevi páginas e páginas de análises e conteúdos pra minha página profissional, atendi meus pacientes, organizei minhas coisas em categorias e caixinhas decoradas - que eu decorei em meio as processo de organização.
E daí, de repente, essa vontade de ficar deitada na minha cama e não fazer nada. Pelo menos agora eu não preciso me preocupar com isso - pra alguém que já lidou com questões psicoemocionais mais graves, qualquer queda drástica de humor era motivo de desespero. Mas que é inconveniente não ter vontade de fazer coisas nesse marasmo vazio e improdutivo de um ano e um mês em isolamento, bom, isso é.
O que me incomoda hoje é saber que eu estou mentalmente estável, mas que meus dias oscilam entre altos, baixos, eufóricos e abismos gigantes. Consigo ser uma adulta independente e funcional, não tenho problemas com alto cuidado e não tenho me flagelado há pelo menos uns dois anos, mas é uma sensação bizarra de estar bem e, ao mesmo tempo, sentir que os dias passam por mim e eu não tenho feito nada deles.
Depois de descrever meu dia em detalhes pro Desafio 30 Dias, percebi que escrever o que fiz ao longo do dia realmente me ajuda. E foi justamente por causa do meu mapeamento metódico - pois eu realmente mapeio coisas sobre mim -, da minha rotina e do meu corpo, que eu pude discutir sobre com a minha terapeuta e perceber que, todo mês, eu tenho períodos de euforia e esvaziamento que coincidem com meu período menstrual, coisa que eu não tinha percebido em função dos desequilíbrios emocionais constantes com os quais eu lidei nos últimos 18 anos. E como meu trabalho na saúde me levou a ler o CID* algumas vezes, eu curiosdamente sabia que isso era uma síndrome comum - acontece, faz parte. Nada para se desesperar, só cuidar, mesmo.
Ao menos um alívio, né? Eu não sou bipolar, sou só uma mulher comum e cíclica como todas as outras (ou, se formos abrangir, sou só uma pessoa me menstrua como tantas outras). Que bom que eu tenho um ambiente saudável e boas pessoas à minha volta, que não adoecem a minha própria existência. Enfim.
Queria atualizar o blog e queria falar de mim sem pretensão. Metas pra esse blog em 2020. Beijinhos pra quem leu, um abracinho pra quem se identificou e passa pelo mesmo e até a próxima!
CID - Classificação Internacional de Doenças. Usamos na saúde pra formalizar diagnósticos e facilitar o plano terapêutico das pessoas.
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