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As desventuras de Shana, versão assalariada
Aconteceu tanta coisa nas últimas semanas que eu nem sei ao certo como eu quero começar a escrever sobre. Eu vinha planejando dividir algumas coisas mais de boinhas aqui no blog, mas meu cérebro precisou assimilar tanta, mas tanta informação desde terça-feira que eu esqueci tudo o que rolou na minha vida nos últimos dois meses, ou algo assim.
Suadações, queridos leitores! Espero que estejam todos bem e seguros em suas casas, e dispostos a ler um daqueles posts onde eu falo sobre tudo e nada - porque meu cérebro foi devidamente derretido entre terça e sexta-feira dessa semana, então eu mereço a licença poética de não fazer sentido algum. Apesar disso, queria manter o blog atualizado enquanto ainda consigo, então aproveitei o tempo livre (e a inspiração pra fazer umas plaquinhas bonitas que o BTS me trouxe essa semana) pra dividir um pouco com vocês o que andou rolando na minha vida nesses últimos tempos.
No início do mês eu comecei uma maratona Harry Potter com uma amiga. Embora eu não seja super-fã da saga e só saiba/lembre do básico, uma das minhas melhores amigas nunca tinha assistido HP até hoje - vale pontuar que temos a mesma faixa de idade e que o primeiro filme da série tem praticamente 20 anos. Como a boa amiga que sou, me propous a resolver esse problema com ela - imagem viver anos e anos sem entender nenhuma piada, hype ou memes dos melhores bruxinhos da sua tarde, rapaz? Pois bem, estou revendo toda a saga Harry Potter e até agora tenho as seguintes considerações: (1) Harry, como você é mole, faz e acontece nessa vida meu jovem; (2) Harry só
Ao longo de maio, fui chamada pra um processo seletivo pra uma vaga CLT, como comentei no post passado. Como não era a primeira vez, decidi dar um gás na pós-graduação, para não ficar juito atrasada caso minha rotina mudasse com a entrevista (o que rolou, de fato), e comecei a estudar Jung, o discípulo de Freud que ficou conhecido como o "dissidente da psicanálise". Nunca li sobre ele na faculdade e na época me interessava pouco, porque a galera que estudava Jung era meio "good vibes e misticismo", que é o total oposto da minha vibe. No fim, acabei ficando grata por nunca ter perdido meu tempo - embora algumas ideias junguianas sejam interessantes, o cara era um macho escroto, flertou com fascismo, nazismo e chegou a escrever justificativas para preconceitos sociais, como machismo e racismo. Não dá pra admirar um babaca desses, né produção? Agora, pelo menos, eu tenho um motivo melhor pra não me interessar pela obra do safado.
A semana passada, no entanto, foi uma montanha russa. No mesmo dia eu recebi a notícia de que estava contratada em regime CLT - um sonho meu - e menos de 5 minutos mais tarde, a notícia de que uma das minhas tias mais queridas estava internada, entubada, com covid-19. Eu e minha família fomos literalmente ao céu e ao inferno em menos de 5 minutos - e super chateados, por ser uma pessoa que além de muito amada, se protegeu com toda a cautela possível nesse ano de pandemia.
Infelizmente, nem todo mundo tem o mínmo de bom-senso e respeito nesse mundo, e meu primo foi infectado por um colega do trabalho - que já estava se sentindo mal haviam dias e se recusava a fazer o teste. No fim a fábrica acabou exigindo e, quando veio o diagnóstico, os demais operários já haviam sido infectados; como a gente bem sabe, pobre não tem vez nesse país, e estar protegido e 'furando' quarentena é privilégio de poucos mesmo. Meus primos moram no mesmo terreno que meus tios, e embora imediatamente tenham se isolado e impedido mesmo os filhos pequenos de visitar meus tios, não deu pra evitar o inevitável. Minha tia, que foi motivo de piada pra família por fazer a quarentena religiosamente, chamada de "excêntrica" por não sair nem receber visitas, está lutando pela vida por causa de mais um babaca que não levou o vírus a sério. Agora estamos aqui, torcendo por ela, sabendo que torcia não faz tanta diferença - ainda mais pra uma pessoa imunossuprimida, em remissão do segundo câncer de mama, com o corpo fragilizado pela quimio. Mas é, somos excêntricos, eu acho. É só uma gripezinha, não?
Felizmente, o quadro dela não teve nenhuma piora nessa última semana - mas foi uma pequena loucura, pois eu fiquei responsável por pegar as notícias com minha prima e repassar ao demais familiares (que agora, claro, estão no chão com a notícia, mas reclamaram da minha tia na cara dela o ano todo. Ah, a hipocrisia, brazeel).
Somado a isso, comecei a trabalhar oficialmente na terça, dia 18, então as últimas semanas foram a correria de documentação, exame admissional, assinar contrato, termo de sigilo, de conduta, reuniões das 8h às 18h pra tentar absorver todas as informações sobre o instituto, sobre meu cargo e sobre os alunos que vou acompanhar. Estou num mix de me sentir plena, porque tenho capacidade - e fui contratada, então a empresa provavelmente acredita em mim também - e de me sentir em completo desespero, me perguntando se vou dar conta de tudo o que preciso. Descobri que a maior parte da equipe também entrou esse ano, então não preciso me sentir como se fosse a única que não sabe o que está fazendo, hahaha! Termino meus dias completamente cansada, e estou super atarefada, então mal conversei com pessoas além das que moram comigo nesses dias, mas apesar disso continuo empolgada com a mudança de ares - vejamos quanto tempo fura a euforia e se ela vai dar espaço pro stress lá na frente.
Por fim, ainda tivemos o comeback do BTS essa semana, com Butter - que eu particularmente amei! Não lembro o que comentei aqui sobre 'Life Goes On', mas acabou sendo a era que menos acompanhei. Achei a música e o clipe bacanas, especialmente por refletirem com uma certa delicadeza o que foi 2020, mas não curti o suficiente pra ficar ouvindo no replay - diferente de Butter, que já no teaser eu fiquei super empolgada por parecer uma música com a vibe retrô-oitentista que eu adoro. No fim, não me decepcionei com o single, e se o próximo álbum seguir essa vibe, provavelmente é mais um que vou incluir na minha coleção física também ♥
Além da animação que Butter me trouxe nessa última sexta, minha mãe conseguiu tomar a primeira dose da vacina! Ela precisou correr no médico que a acompanha, pois como trata de hipertensão e diabetes há muitos anos não tinha mais a receita dos remédios - problemas de ter medicação de uso contínuo, risos. Fiquei aliviada de ela já ter começado a imunização, pois passamos a quarentena bem paranóicos aqui em casa em função dos riscos dela - e embora não tenha nenhuma imunodeficiência, ela sempre teve baixa imunidade, então tinha ainda mais esse agravante. Na própria sexta tivemos um jantarzinho em celebração às duas coisas - meu novo emprego e a vacinação de mamãe -, e passei o final de semana relativamente mais felizinha. Não recebemos notícias da minha tia até agora, mas como disse minha prima: se o hospital não fez contato, sabemos que ela ao menos continua lutando, né?
Enfim. Quero encerrar esse post pedindo a todes que leem este blog que sigam se cuidando, continuem em casa e não se arrisquem por coisas momentâneas. Um ano é muito tempo, mas todos temos uma vida inteira pela frente, quando essa situação se transformar em algo mais tranquilo e possível de se viver. Um beijinho pra que quem leu até aqui, pra todos os leitores queridos que têm comentado no blog mesmo que eu não tenha conseguido retribuir, e até a próxima! o/~
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