
Eu tenho fobia de agulhas (na verdade, qualquer menção a medicina num geral me gera pânico, por causa de um trauma de infância). Em função disso, só tomo as vacinas que realmente preciso, e sempre deixei a da gripe de lado porque eu não pego gripe - em parte porque tenho bons hábitos de higiene, sempre lavo as mãos, higienizo tudo com álcool, então é bem raro eu pegar qualquer infecção viral ou bacteriana, mas eu de fato
tenho uma resistência maior para infecções gripais. Eu e minha mãe chegamos a quebrar a cabeça juntas pra tentar lembrar a última vez que eu fiquei gripada de verdade, com febre, congestão nasal e tudo, e chutamos que deve ter sido por volta dos 7 ou 8 anos (ou seja,
mais de 20 anos atrás). Sendo assim, quanto começou esse pseudo-surto de
influenza aqui no Brasil eu nem me importei tanto - só fiquei ouvindo bem por cima pra ver quando ia liberar a campanha de vacinação para a próxima dose anti-convid.
Rapaiz, quem diria que minha confiança ia ser abalada como se não fosse nada, né non?
Recentemente uma amiga do trabalho comentou que o noivo dela estava bem doente, com uma influenza forte. Comentamos sobre as campanhas de vacinação e eu, confiante, relembrei o quanto eu sou resistente à gripe. Pois bem, veio a vida e me provou que
sou mesmo, mas que
ter resistência e não pegar o vírus são coisas bem diferentes. Logo, sexta-feira passada acordei com a garganta super seca e com dores nas juntas (bem senhora da minha parte, essa frase).
Confesso que não dei bola; eu tenho uma sensibilidade de garganta hereditária, e dores no corpo e nas juntas tem sido um dos meus sintomas de TPM (saudades da minha SOP descontrolada, que não tinha TPM no processo). Mas foi no domingo passado que o bizarro aconteceu: estralei meu pescoço porque estava com mal-jeito e, de repente, meu
ouvido esquerdo tapou-se. Como? Sabe deus.
Isso quer dizer que hoje estou
oficialmente há 7 dias com a sensação de água dentro do ouvido esquerdo. A princípio fiz o que todo adulto responsável e funcional faz nesses momentos:
joguei no google, e descobri que a tensão muscular na região do pescoço e trapézio poderia ter causado uma espécie de rigidez ou inflamação muscular que mexia com o ouvido, e fiquei: parabéns Shana, você ficou surda sozinha porque você deita toda torta. Mas conforme a semana foi passando, alguns sintomas foram aparecendo - como secreção nasal e uma leve, levíssima dor na região dos seios da face. Acontece que lá pelo 4º dia eu me deparei com uma secreção mais espessa e escura, e pensei "
rapaiz, eu tô com alguma infecção. Bora pedir ajuda".
Uma teleconsulta rápida e veio o diagnóstico: infecção bacteriana e possível cultura de bactérias que migrou pro meu ouvido, que beleza. Ao comentar com a amiga do trabalho (que faltou ao trabalho justamente porque ficou de cama), descobri que o noivo dela teve o mesmo problema, e precisou tratar com antibióticos. O que isso quer dizer?

Que meu corpinho é bom o suficiente pra eu não ter febre, tosse e sintomas severos de gripe, mas que aparentemente
essa nova onda de influenza 'fortíssima' me pegou, e eu fiquei pseudo-surda do ouvido esquerdo graças ao catarro. Obrigada ao meu sistema imonológico por me proteger da morte, mas, poxa,
precisava me deixar surda?
Surda, é claro, é um termo fortíssimo. Eu ouço perfeitamente com fones de ouvido, por exemplo, mas em ambiente aberto é como se houvesse água dentro do meu ouvido e tudo fica abafado. Pra passar por essa pataquada, precisei começar a tomar antibióticos - que, aliás, também não lembrava quando foi a última vez que tomei, talvez com uns 12 ou 13 anos, e nem eu nem mamãe lembrávamos que antibiótico dá reação adversa nas pessoas (porque eu sou alérgica a amoxicilina, então sempre tenho que tomar uns antibióticos alternativos, por vezes fortes).
Resultado: quase morri no segundo dia, mas agora passo bem, obrigada a todos que se preocuparam e enviaram suas energias positivas.
Sabem qual é a melhor parte? Amanhã, dia 27,
começam oficialmente minhas férias. E cá estrou eu, com uma infecção aleatória, que pode ser causada por influenza, cujo único sintoma presente atualmente é estar pseudo-surda do ouvido esquerdo.
Como diria a saudosa Kelly Key:
é ou não é pra chorar?
Bom, dos males o menor. Depois de ter meu estômago atacado pelo antibiótico, investi numa dieta bem leve e me hidratei bastante, e já estou consideravelmente bem, só frustrada mesmo. E torcendo pra médica ter acertado e que essa obstrução no ouvido seja mesmo secreção e se resolva com o tratamento, porque eu definitivamente não quero ir num pronto socorro,
risos. Bora ficar de molho e aproveitar pra botar os animes e a fila literária em dia, né non?
Grata por quem me leu reclamar até aqui, voltamos a qualquer momento com mais informações.
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