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Our promise keeps me hanging on
Eu já vivi momentos emocionalmente difíceis, mas acho que dessa vez é seguro dizer que estou tendo os piores 2 meses da minha vida. Que é o que eu queria ter dito na postagem anterior, mas me segurei porque meu raciocínio foi: "ah, a morte do meu pai foi bem pior. Eu já estive mais fragilizada emocionalmente. Sobrevivi a uma pandemia, poxa. Tanta coisa ruim aconteceu, né?"Mas acho que é a primeira vez que uma situação externa me afeta com tanta violência. Vivi uma tragédia no meu trabalho - e não estou dizendo de forma figurada, foi uma tragédia mesmo - que alcançou proporções midiáticas, ao ponto de sair uma reportagem nova por dia, e precisei ver pessoas que não fazem ideia do que é meu trabalho falando mal dele. Vi briga de ego em rede nacional (literalmente, porque além da várias notícias e reportagens gigantes, saiu até na TV) e fiquei realmente insegura com qual era o futuro do meu trabalho - não só meu, mas de todos os meus colegas, dos jovens que eu acompanho, em suma: muito ruim mesmo. Chegou ao nível de que o meu trabalho está bancando minha terapia, porque estamos com gente afastada por burn out e tudo e não quiseram esperar eu conseguir pelo convênio. E todo dia chega uma "má notícia" nova e a equipe inteira está em pedaços, realmente.
Foi por isso que não respondi comentários, foi por isso que me afastei dos amigos uns dias. Alguns me procuraram (porque, como disse, proporções midiáticas), até gente que nem fala mais comigo me procurou. E enquanto algumas pessoas real estavam preocupadas e queriam saber como eu estava, algumas outras vieram pela fofoca e isso foi bem difícil de lidar: o fato de que uma tragédia que transformou completamente todos os dias da minha vida por um mês inteiro é um "babado" pra outras pessoas. Que tem repórteres procurando a gente pra levar um "furo" para as mídias. E enquanto isso a gente mal teve tempo de digerir porque, de novo: todo dia uma má notícia.
É muito ruim não poder falar exatamente o que aconteceu, primeiro porque seria irresponsável da minha parte (eu já falei que foi uma tragédia?), segundo porque real tem implicações legais. A sorte é que de fato achei uma terapeuta muito bacana logo de cara, e tenho conseguido levar algumas coisas em terapia, mas também ela tem um estilo de trabalho bem interessante e não falamos só disso. Falamos de mim, de coisas que eu gosto, do que me faz bem, e tem sido realmente bem terapêutico.
Outra coisa que eu queria falar aqui no blog (talvez tenha falado e não lembro?) é que estou fazendo uma avaliação neeuropsicológica. Tem sido também um momento bacana, porque eu me divirto muito com os testes de QI, então é uma horinha de descontração na minha semana (embora não devesse ser). É a primeira vez em anos que eu tenho compromissos todos os dias a noite, após o trabalho, e ao mesmo tempo que tem me mantido viva (porque eu não tenho energia pra sair da cama se não for algum combinado prévio), estou completamente exausta. Eu não tenho energia pra conversar, pra mandar meus 50 reels no instagram, não tenho energia nem pra socializar. Não consegui lavar minha louça nessas semanas, e nem lembro se mencionei que os batentes das portas de casa foram comidos por cupins - mas como a administração do prédio é excelente [contém ironia], vai fazer aí 1 mês que estão "trocando", então minha casa está uma zona, os móveis estão fora do lugar, tem resíduo de espuma expansiva em tudo e eu estou bem desanimada com essa bagunça generalizada.Fui postando coisas que estavam no rascunho nesse último mês, mas meio que já acabei todos esses posts, então sei lá, achei que talvez eu devesse vir aqui e falar do quão mal eu estou e do quanto eu queria ser mais sociável, mas toda a minha energia está em sobreviver. Para a minha sorte, eu tinha férias agendadas pra começar em 23 de Setembro, então só tenho mais uma semana de sofrimento no completo inferno até poder descansar. Que os deuses me permitam recarregar o mínimo das energias.
Beijinhos pra quem leu até aqui, e até a próxima!
Marcadores: pessoal; desabafo, saúde mental
