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Dias de luta e dias de luta
O meu B.O. com o blog é o sentar e escrever. Eu tenho picos de empolgação com a escrita e aí quero sentar e escrever mil coisas, quero sentar e fazer posts com rolês e coisinhas gostosas da minha rotina (tipo a celebraçãozinha de halloween que fiz só com mamãe e meu irmão esse ano), mas daí eu esbarro, quero dizer, sou atropelada pelo cansaço da minha vida diária, e preciso me lembrar do fato que sou uma pessoa 30+, jovem senhora, CLT, que no papel trabalha 5x2 mas que na prática com o volume de trabalho e horas extras, faz quase um 6x1 - inclusive a minha meta esse ano é tentar estourar as 44h extras pra ver se é verdade esse bilhete que o RH vem chamar pra conversar e te obrigar a tirar uma folga. Me faltam menos de 10h, então aparentemente esse será mais um desafio realizado em 2024, time o/Brincadeiras à parte, eu não estou com pique de fazer esses hyperposts com tudo o que rolou nos últimos tempos, mas queria falar de algumas coisinhas legais que vêm rolando na minha vidinha muito emocionante. Porque, efetivamente, rolou muita coisa.
Bom, eu já disse aqui que aconteceu uma tragédia no meu trabalho, e isso mobilizou e transformou a minha rotina diária em vários e vários níveis, o que aumentou nossa carga laboral e ocasionou a saída de duas pessoas da equipe - então estamos todes rindo de nervoso há três meses, com muitas horas extras no banco e sobrecarga pra dar e vender. Eu não posso entrar em detalhes mesmo, porque virou um rolê midiático e envolveu advogados e tudo, mas é maluco pensar como uma situação que estava minimamente sob controle pode explodir do nada e mudar completamente os rumos do seu ano - porque, no fim, foi o que aconteceu.Isso abriu uma imensa discussão sobre saúde mental no trabalho - porque, junto das saídas, houveram também três afastamentos por burnout na empresa esse ano -, o que acarretou na demanda que eu voltasse a fazer psicoterapia. Recebi todo o suporte possível da empresa pra retomar esse cuidado, algo que eu havia interrompido em 2021 por causa, justamente, do trabalho. Portanto, voltei a fazer terapia na última semana de Agosto, e isso é um dos pontos mais positivos desse ano. Tem me feito bem e me ajudou muito a recuperar minha autoestima e autoconfiança, que justamente o trabalho tinha tirado de mim. Eu acredito muito no poder que a psicologia exerce na vida das pessoas e me incomoda muito o medo que elas têm de viver esse processo - terapia deveria ser tão presente na vida dos outros como é o culto e a missa de domingo, a yoga, o almoço com a família, a sexta-feira no bar. O mundo seria um lugar melhor, mas eu me contento em fazer isso por mim mesma e com os bons resultados que tenho tido.
Além disso, também finalizei a avaliação neuropsicológica que iniciei em Agosto, mas o relatório ainda não ficou pronto - o neuropsi que me avaliou quer discutir alguns pontos com profissionais mais experientes pra fazer um documento bem-feito, o que me deixa muito segura do trabalho dele, na verdade. Confesso que não estava muito ansiosa a princípio, mas comecei a ficar agora, porque me dei conta de que pode vir um diagnóstico que eu não queria (um bem específico), e eu não sei se estou madura o suficiente pra lidar com essa informação. Bom, vida que segue.
Em Setembro e Outubro tive férias, e foi o tempo que eu precisava pra focar em mim mesma e coisas que me fazem feliz. Discuti em terapia o quanto eu só vivia minha vida em tempos de férias, porque eu tenho vivido em função do meu trabalho (não caiam na falácia do "trabalho com propósito", porque isso suga a sua alma jovens padawans), então decidi retomar os hobbies que me faziam feliz; nessa brincadeira eu assisti cerca de 12 animes esse ano, sendo pelo menos 9 deles de Outubro pra cá. Agradecimentos especiais ao meu amigo que me cedeu o login dele da Crunchyroll, mas que agora precisa me aturar falando de animes novos o tempo inteiro.Também li uma série de mangás (descobri dois portais pra ler online, o MangaDex - que tem inclusive posts em português - e o Bato.to, que eu tenho preferido porque consigo abrir todas as páginas de uma vez e ir rolando a leitura, ótimo pra ler no metrô que tem várias oscilações de sinal). Também tenho saído um pouquinho de casa, e não sei nem de onde tirei energia pra decorar minha mini-casa para o Halloween (porque estou super desgostosa com meu microapto, mas esse é assunto pra outro post). Fiquei feliz comigo mesma por fazer algumas pequenas coisas, e inclusive me dei conta que dormir melhor tem me ajudado a recuperar mesmo a energia e a alegria de viver - afinal não era depressão, era exaustão total mesmo, risos.
Com isso, posso concluir que meu ano vai seguir um completo caos até o final, por causa do trabalho, mas estou caminhando pra ele com a convicção de que não vivi apenas em função do meu trabalho. Nada do que uma rotina saudável de sono e um pouco de terapia não resolvam, né non? Façam terapia.
Como sempre, um agradecimento e um abracinho pra quem leu até aqui, e até a próxima o/~
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