
Já fazem 2 ou 3 anos que em Dezembro eu escrevo um pequeno texto no meu caderno sobre o ano que se passou.
Em 2024, pela primeira vez, me vi sem palavras. Eu não sinto que vivi esse ano, mas que ele passou por mim em alta velocidade - ao mesmo tempo, fiz, vivi e aprendi tanta coisa que é impossível dizer que não senti 2024 intensamente. Foi intenso no trabalho, foi intenso na minha vida pessoal, foi intenso com a minha saúde - foi o meu ano mais exaustivo e ao mesmo tempo o ano que mais me cuidei, me respeitei, me afastei de pessoas e situações que não me faziam bem. Retomei a terapia, descobri os nomes de várias questões de saúde que eu tenho, vislumbrei uma vida onde posso trabalhar em prol do meu bem-estar.
Ao mesmo tempo, foi o ano que vivi a maior tragédia na minha vida profissional, especialmente enquanto psicóloga; vi meu trabalho virar notícia, precisei verbalizar para as pessoas que a fofoca do ano era algo que eu estava vivendo e não queria falar sobre. Precisei ser super incisiva com algumas pessoas a minha volta que não estavam respeitando meus limites e precisei fazer valer esse respeito em muitos momentos.
2024 foi incrível e terrível, foi quente e frio, foi normal e absurdo,
tudo na mesma dose. No fim, senti que fiquei na média mesmo - eu não sinto que foi um ano excelente porque muita coisa terrível aconteceu, mas eu também não consigo dizer que foi um ano terrível porque muita coisa positiva aconteceu. Em relação a 2024 eu me sinto neutra, e talvez esse seja um aspecto positivo. Com decepções e conquistas, com tristezas e alegrias, com raiva e calmaria: eu vivi intensamente esse ano, pro bem e pro mal, e acho que não tenho opiniões fortes sobre ele porque me sinto com o dever cumprido.
Que o ano seguinte possa ser mais estável, sem grandes contradições nessa mesma intensidade. 2024 pode ir embora - a porta é serventia da casa. Vai seguir o teu caminho, que eu vou seguir rumo a outros destinos de agora em diante.
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