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Filmes que assisti nos últimos tempos

Saudações, queridos leitores! Parece que voltamos ao ritmo comum deste blog - que é basicamente eu vindo toda "uhul vários planos" seguido de um sumiço sem nenhuma justificativa além da minha própria preguiça e procrastinação, HAHAHA! Mas o que é importa é que estamos todos bem, saudáveis e seguros em nossas casinhas, e talvez usando o tempo livre extra pra tirar algumas coisas das listas.
Do ano passado até agora, eu assisti alguns filmes - na verdade, alguns bem antes disso - dos quais eu queria muito falar aqui no blog, fazer análises incríveis e pá, mas acabei ficando com vários rascunhos e fui perdendo o ânimo e as ideias no caminho. Já que estamos aí nessa quarentena infinita e arrastante, estou me esforçando pra publicar essas ideias soltas e aproveitando a deixa pra indicar uns filmes aí pra vocês que estão com tempo de sobra como eu. Tem pra todos os gostos, então sigam-me os bons que a lista tá grande! ♥
(Mentira gente, só tem 6 filmes aqui, eu não sou essa cinéfila maravilhosa não)

Fullmetal Alchemist [Live Action] (2017)
Quem me conhece sabe que Fullmetal Alchemist é uma das minhas séries favoritas da vida - a única que conseguiu ter o mesmo número de pôsteres que Shakugan no Shana na minha parede. Sou fã, li o mangá, vi todas as adaptações e assisti FMA: Brotherhood ao menos umas 10 vezes. Obviamente, eu não podia deixar de dar uma olhada na versão Live Action, produzida em 2017, que deu o que falar pela internet e definitivamente não caiu muito nas graças dos fãs.
Live Action é um negócio que faz todo mundo torcer uma pouco o nariz - nunca dá pra botar muita fé na coisa, mas como fui positivamente surpreendia pela versão cinematográfica de Kuroshitsuji - sobre a qual já falei aqui -, resolvi dar uma chance ao Live Action de FMA. E já adianto: eu não odiei.
Diferentemente do que estamos acostumados, o filme de FMA não trouxe mudanças muito drásticas à história - continuamos acompanhando Edward e Alphonse Elric em busca da Pedra Filosofal, para recuperar seus corpos que foram mutilados em uma prática de alquimia mal-sucedida. Para trazer o máximo de fidedignidade possível, o filme contou com filmagens na Itália e uma boa dose de computação gráfica pra criar o ambiente steampunk que a série nos apresenta. Do ponto de vista visual, o filme manda bem: não tem o mesmo nível de uma produção hollywoodiana, mas é bonito de se ver. Os problemas, mesmo, começam com o roteiro. Antes de qualquer coisa, já vou falar: o filme vale a pena. É uma adaptação de qualidade, sem grandes alterações à proposta original da série. Mas na minha humilde opinião, o live action de FMA sofre do mesmo problema que todas as adaptações cinematográficas de livros, mangás, animes e séries sofre: ele não segue tudo do original à risca e os fãs terminam decepcionados. Infelizmente, a adaptação peca em querer percorrer muita história em pouco tempo de filme - tudo acaba acelerado pra cobrir a maior parte do primeiro grande arco do mangá, e embora seja tranquilo pra quem já conhece história, acaba sendo uma narrativa muito confusa pra quem está consumindo Fullmetal pela primeira vez - e eu sei, porque assisti com minha mãe e embora ela tenha adorado pela ação e pela questão estética, precisei explicar um pouco do contexto pra ela em alguns momentos, porque ela simplesmente não entendia como uma coisa levou à outra. Digo que o filme peca aqui porque ele decepciona os fãs por não ser uma adaptação 100% fidedigna, mas também peca por acabar não servindo como uma boa apresentação da série pra alguém que não conhece o título - ou seja, nenhum público sai feliz no final das contas. Quanto a isso não dá pra defender muito mas, ao mesmo tempo, eu senti que a produção ficou em dúvida se deixava pano pra manga e apostava numa continuação, ou se concluía a história para que, caso a recepção fosse fraca, o filme não ficasse inacabado.
Ainda, do pouco que li e ouvi sobre a opinião alheia, o elenco todo asiático foi um problema - e aí vale lembrar que não só o filme é uma produção japonesa, mas também que as nações asiáticas em geral são consideravelmente xenofóbicas, então nem sei porque alguém ficou surpreso com esse "japanesewashing". De resto, o filme é interessante - de longe tem adaptação muito mais ofensiva por aí, precisamos admitir, o que faz do Live Action de Fullmetal Alchemist uma leitura fraca, mas ainda assim relativamente satisfatória da saga dos irmãos Elric. Recomendo que cada um assista e tire suas próprias conclusões antes de jogar o filme no poço-sem-fundo de "adaptações que não precisavam existir".

I Am Mother (2019)
Da série de filmes originais da Netflix, I Am Mother fala sobre um contexto distópico, onde a humanidade é completamente exterminada e cabe a um robô com Inteligência Artificial repopular a Terra, dando vida a uma criança gerada por tecnologia de ponta. O filme explora de maneira relativamente original a ideia de humanidade, a perfeição e a própria maternidade. Protagonizado por mulheres, I Am Mother parece só mais um filme Sci-Fi com efeitos bacanas, mas é um verdadeiro soco no estômago, abrangendo em seu pano de fundo nossa dependência da tecnologia e a destruição que o ser humano tem trazido ao planeta.
Em tempos de pandemia, acredito que a reflexão que o filme traz é ainda mais pertinente. O extermínio completo da humanidade e o cenário apocalíptico causado pela poluição são um verdadeiro tapa na nossa cara, o que traz a sensação de que a história está muito mais próxima da nossa realidade do que outras do mesmo gênero. O titulo do filme em si é também uma charada, e o enredo é carregado de reviravoltas, mistério e suspense, além de algumas cenas de ação pra deixá-lo bem emocionante.
Apesar do elenco restrito (são basicamente 3 personagens relevantes), a história se desenrola em meio ao conflito da protagonista ao perceber-se dividida entre acreditar em quem sempre esteve com ela e jogar-se rumo a um mundo completamente desconhecido - o que eu chamaria de uma metáfora fantástica do nosso crescimento. O filme ainda traz uma analogia religiosa muito interessante, e é quase impossível fazer uma análise completa sem jogar spoilers na roda - caso já tenham assistido, recomendo olhar algumas explicações no youtube, pois a resolução de I Am Mother é muito sutil. Por fim, o longa é uma retrato perfeito do "nada é o que parece", e sobre a importância em termos nossas próprias crenças e escolhermos nossos próprios caminhos.

In the Shadow of the Moon (2019)
In the Shadow of the Moon (Sombra Lunar) é um filme incrível, e eu não sei se tenho habilidade o suficiente pra falar dele sem revelar detalhes cruciais do enredo. Uma mistura de Sci-Fi, viagens no tempo e romance policial, tudo na dose certa pra te prender a uma narrativa cheia de ação e mistério. Nessa trama nós acompanhamos o policial Thomas Lockhart, que junto de seu parceiro Maddox investigam uma série de mortes aleatórias, todas precedidas de um estranho tipo de hemorragia e do "derretimento" cerebral de cada uma das vítimas. Em meio a isso, ambos se engajam na perseguição a uma mulher suspeita, que acaba morrendo em meio a um combate com Thomas. O mistério começa quando absolutamente ninguém dá falta da mulher misteriosa, sobre a qual também não há qualquer registro - quase como se não existisse. Thomas acaba obcecado pelo caso, dedicando sua vida a tentar desvendar o que de fato aconteceu naquela noite em 1988.
In the Shadow of the Moon tem uma trama interessante, mas não tão complexa, parando pra pensar. O que parece mais um filme policial de sessão da tarde acaba desembocando em uma perseguição com pitadas de Sci-Fi e drama - e embora traga questionamentos relevantes, principalmente em termos filosóficos e políticos, o final acaba um pouco agridoce. Não é o mindfuck do século, mas exige um certo grau de atenção pra acompanhar os conflitos da trama. É emocionante, e acaba incomodando um pouco ao ver o quão obsessivo o protagonista se torna em sua tentativa de provar que algo mais intrigante aconteceu em meio a uma perseguição pouco comum - ele é desacreditado ao longo de grande parte da jornada, prejudica suas relações pessoais e sofre com suas escolhas, e fiquei divida entre torcer por Thomas e querer dar um tapa na cara dele. No mais, as reviravoltas são completamente inesperadas, o que por si só faz o longa valer a pena - não é previsível, eu diria, e olha que é difícil me surpreender! Não recomendo assistir com as vovós ou com as crianças, pois é carregado de cenas explícitas de violência e de explicações sobre viagem temporal bem complexas.

Malévola: Dona do Mal (2019)
Ou: uma decepção completa e uma continuação desnecessária. Com um trailer péssimo que já sugere uma competição feminina logo de cara, Malévola: Dona do Mal não me agradou desde o começo. Resolvi dar uma chance mesmo assim - afinal, estava fazendo nada em casa, e tinha o título na Amazon. Por que não?
Simples: porque não vale a pena. Continuação do longa de 2014, Dona do Mal vem contar do casamento entre Aurora e o príncipe Phillip e o conflito gerado a partir dele para com a Malévola, a protagonista da história. Já de cara somos apresentados a uma nova vilã - a Rainha Ingrith, mãe do príncipe Phillip, que é rapidamente retratada como uma mulher cruel, manipuladora e com sede de sangue. Ela é a geradora do conflito do filme, que novamente conta com visuais e cenários fantásticos e de encher os olhos. Mas é só isso que tem de bom mesmo - o enredo em si é o de um filme genérico, onde os humanos são retratados como as maçãs podres de sempre, os seres fantásticos (que aqui são os típicos moradores da floresta encantada, mas que poderiam ser aliens/animais humanoides/robôs/qualquer-espécie-não-humana-de-sua-preferência) que só querem viver em paz e harmonia e uma guerra entre uma tribo e outra onde todos nós passamos raiva, mas sabemos que o bem sempre vence e que os humanos são maldosos, gananciosos e merecem sofrer. O roteiro não traz nada de novo, nenhuma mensagem interessante ou discussão pertinente: é só um filme genérico com um pouco de pó de fada em cima. Sinceramente não recomendo a não ser que você seja muito fã da série ou da personagem - ou, sei lá, caso você seja masoquista e queira passar raiva com a Aurora levando 1,5 milhões de anos pra perceber que oh, nem todo mundo é bonzinho e ela é uma completa idiota. Fica ao gosto do freguês.

Frozen II (2019)
Agora sim, uma animação de respeito dona Disney! Lançado no final do ano passado, Frozen II vem pra enfim amarrar as pontas soltas do primeiro filme, nos contando sobre os reis de Arendelle, sobre a origem dos poderes da Elsa e o mais importante: sobre amadurecer e lidar com os conflitos que a vida nos traz.
Digam o que quiserem: a mensagem de Frozen II é absolutamente fantástica. Com o peso de manter o nível da animação de 2013 nos ombros, o longa não me decepcionou em nenhum momento. Aqui, todas as personagens enfrentam questões e conflitos típicos de quem está entrando pra adolescência ou indo rumo à vida adulta: a dificuldade em aceitar as mudanças, o desejo de entender o próprio potencial, o peso que as nossas escolhas trazem e que precisamos carregar nas próprias costas, o sentimento de perda ao nos darmos conta de que tudo muda e às vezes só podemos aceitar a vida como ela é. Basicamente, Frozen II é uma animação divertida, bonita e fantástica para as crianças, mas é uma verdadeira lição de vida pra nós, jovens e adultos que estamos lutando contra os obstáculos que o amadurecimento traz. A animação é notavelmente superior ao primeiro filme, com muitos detalhes e uma paleta de cores maravilhosa, as músicas são intensas, cheias de significado e mensagens incríveis sobre se reerguer frente às perdas, se empoderar, explorar o mundo e se descobrir, e a reflexão que a história propõe é importante pra todas as idades: a mudança existe, e cabe a nós decidir como vamos lidar com ela.
Eu amei, Lost in the Woods é a melhor paródia das baladas das bandas de rock dos anos 80 que existe e a melhor música dramática da Disney que vocês vão ouvir (superou Agony! Isto! É! Um! Feito!) e eu vou defender esse filme até o fim, watch me!

Onward (2020)
Por fim, o mais recente dessa lista, batizado "Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica" no Brasil, me chamou atenção pela premissa similar à Fullmetal Alchemist. A história é exatamente o que o título sugere: dois irmãos que saem em uma jornada fantástica para conseguir recuperar o corpo do pai. Basicamente uma releitura Pixariana das aventuras dos nossos queridos Irmãos Elric.
Ambientado num mundo que já foi mágico, mas que se rendeu às praticidades da vida moderna, em Onward (cujo título pode ser traduzido como "seguir em frente", "avante", o que se encaixa muito bem à história) nós acompanhamos o jovem Ian Lightfoot, um jovem que nunca chegou a conhecer o próprio pai e, em seu aniversário de 16 anos, ganha a incrível oportunidade de estar ao lado dele por um dia inteiro com a ajuda de um feitiço que o mesmo elaborou. Cético a princípio - pois trazer os mortos de volta à vida parece bom demais pra ser verdade -, Ian acaba conseguindo invocar parte do seu pai - e agora, tendo como única fonte de conhecimento seu irmão fanático por RPGs Barley, ambos se unem em uma jornada para conseguir terminar o feitiço e rever seu pai antes que o sol de ponha.
Com um humor adorável, ótima música de ambientação e uma linda mensagem de superação, crescimento e amor, Onward é uma linda história sobre a relação entre os irmãos, sobre acreditar no nosso potencial e sobre lidar com expectativas. O toque especial é a ambientação toda inspirada em RPG, com magia, quests, trilha sonora e aventura à beça! Eu me apaixonei totalmente pelo filme, e espero que ele esteja recebendo toda a pompa e amor que merece, pois seria muito, muito triste deixar uma história tão linda passar em branco. Como sempre, a Pixar sabe mexer com nossos coraçõezinhos, e Onward não é diferente. Recomendo muitíssimo, pra toda a família assistir junto e aquecer os corações nesse friozinho gostoso ♥


Por fim, esses foram os filmes que eu assisti entre o final do ano passado e agosto desse ano. Espero que minha singela opinião tenha servido como sugestão - ou, ao menos, como desempate aí pra quem estiver dividido quanto ao que assistir nesse final de semana, hahaha! Por hoje eu vou ficando por aqui, que esse post está obviamente enorme (como disse sabiamente a Helo, praticamente um "atualizações do mês" à lá L'Énigmatique). Beijinhos a todos e até a próxima, queridos leitores! :*

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Written by Shana | 22 de agosto de 2020 | 3 Comentários | link to this post



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