
Querida A.,
Às vezes me deparo com seu nome em alguma notificação de rede social, e me bate aquela nostalgia da amizade que a gente tinha. Eu sinceramente não sei como a gente se afastou tanto, mas você estava cada vez mais ocupada, e eu estava cada vez mais sem saco pra correr atrás das pessoas, ainda que as amasse. Quando dei por mim, o abismo entre nós já estava ali e eu não via mais muito sentido em construir mais uma ponte.
Ninguém tem os mesmos interesses, a mesma cumplicidade e os mesmos papos que você, mas é justamente isso que me impede, sabe? Eu não sei mais quem você é. Acho que você não sabe mais quem eu sou. E eu não vejo muito sentido em retomar uma amizade que, na verdade, vai ser um recomeço. Mas você é um amor, um docinho, e eu sinto falta de ter você na minha vida às vezes.
Várias vezes me peguei clicando no seu nome pra te enviar uma mensagem, saber como você está, mas aí eu fico pensando se tem lugar pra você na minha vida, ou pra mim na sua. Acabo deixando pra lá, mas tem tantas pequenas coisas que me lembram você, que me lembram a amizade que a gente tinha e, putz, que saudade de falar com você. Fico nessa dúvida, nunca busco a resposta, e me pego pensando em como eu gostaria de ter você muito mais perto de mim.
Quem sabe as coisas mudam, nossos caminhos se cruzam de novo e nós voltamos a nos falar como antigamente - ou mesmo de uma maneira nova, mas nossa. Vai ter sempre um lugarzinho pra você no meu coração, e eu gosto de pensar que tem um pra mim no seu também.
Com carinho,
Syan.
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