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Don't Hurry! Bem-vindo, 2022

Saudações, querides leitores! O ano acabou e começou, e foi a primeira vez em anos que eu deixei tudo isso passar mais ou menos despercebido aqui no blog. Decidi abrir mão das tradições e deixar a vida acontecer naturalmente, fluir no próprio ritmo, essas coisas. Eu não tive vontade de me despedir de 2021 e nem de receber ou fazer promessas com 2022 - e se não tem sentido, talvez a gente não deva mais fazer certas coisas, né non?
Acontece que 2022 já começou foi frenético, hahaha! Eu literalmente mal tive tempo livre depois de 3 de janeiro, e quando tinha eu estava consideravelmente exausta. Num geral, acho que eu vivi uma série de mudanças no ano anterior, e eu senti que muitos ciclos foram se encerrando e se iniciando, o que também mudou um pouco minhas prioridades. Enfim, né: o que rolou?
Eu consegui um emprego CLT
Indiscutivelmente a maior transformação que aconteceu na minha vida nos últimos, sei lá, 5 anos. Uma das minhas metas pessoais que eu não tinha previsão de alcançar, e uma das poucas coisas que permaneceu na minha wishlist depois que reformulei ela em 2019. Depois de todo o sofrimento que passei na minha carreira, tinha dias que eu me perguntava porque não escolhi uma vida em escritório preenchendo planilhas, que me trouxesse direitos e estabilidade financeira. Aconteceu que em 2021 eu fui contratada pra trabalhar num instituto social, que valorizava minha formação, minha trajetória na faculdade e até mesmo as iniciações científicas que eu fiz. E eu acabei saindo no lucro, porque embora eu preencha muitas planilhas, faço trabalho de campo e com impacto social.
Apesar de parecer ter tirado a sorte grande, minha adaptação ao mundo corporativo foi muito sofrida. Tive muitas crises existenciais, me senti despreparada e incompetente, questionei a decisão que eu mesma havia tomado e ainda não consegui me adaptar 100% com um compromisso semanal das 9h às 18h. Eu sigo muito cansada e me sinto perdida e imatura na maior parte do tempo - mas vez ou outra uma pessoa impactada pelo meu trabalho me agradece e diz que eu fiz alguma diferença na vida dela, e isso acaba fazendo todo o resto valer a pena.
Ter um compromisso diário que demanda minha dedicação por oito longas horas diárias mudou muito minhas prioridades e desejos. Eu priorizo mais meu descanso, meus hobbies, entre outras necessidades - e fui deixando alguns compromissos nos quais eu já não via nem a necessidade, nem o desejo em manter. O blog acabou entrando nessa bagagem, porque eu já não via tanto sentido em escrever aleatoriamente ou fazer resenhas que ninguém lê quando eu já não tinha tempo livre e energia pra isso. Então, é, quando eu tinha tempo pra blogosfera em geral, eu estava usando esse tempo pra descansar ou pra fazer outras coisas que eu também gosto.
Viajei com a minha família no Natal
Depois de anos passando vários Natais meio estranhos, meio mais do mesmo, eu e minha família decidimos viajar durante o Natal. Fomos para Campos do Jordão, alugamos um quarto de pousada por 4 dias (embora acabamos usando só por 3) e passamos um tempo aproveitando uma cidade típica e turística, algo que nunca tínhamos feito antes. Não nos organizamos tão bem para fazer uma viagem, mas foi gostoso perceber que esse tipo de programa agora é possível pra nós, e acabou sendo muito mais gostoso investir nosso dinheiro e energias na viagem do que em fazer uma ceia para os parentes. Acho que foi o que a gente precisava após essa pandemia, sabem? Mudar os ares, as tradições e os costumes, e ver algo diferente do nosos habitual.
O fim da minha terapia
Já faziam alguns meses que eu percebia que não sentia tanta falta da terapia, que vinha acontecendo de maneira quinzenal desde o final de 2020. Além disso, eu tive o privilégio de fazer 4 anos de psicoterapia pelo SUS, e agora tenho o privilégio de ter convênio médico pela empresa onde trabalho - eu fiquei seriamente me questionando se não compensava mais procurar outra profissional e abrir o horário da minha terapeuta para outra pessoa que não tivesse os mesmos recursos que eu. Entre essas reflexões, na minha última sessão do ano a terapeuta que me acompanha sugeriu que nós repensássemos o atendimento em 2022 - segundo ela, porque eu precisava de um analista que me acompanhasse mais vezes no mês, e ela não tinha como me acolher dessa forma agora. Aceitei bem melhor do que eu esperava, em partes porque eu já vinha refletindo sobre, e em partes porque há alguns meses ela me disse que eu parecia enfir ter vivido todo o luto que precisava pelo meu pai. Foram 4 anos lidando com essa perda e, embora eu ainda tenha 1001 questões pessoais pra resolver, eu já não vinha sentindo a mesma necessidade de falar com ela pra manter minha estabilidade psicoemocional, sabem? Por fim, teremos uma última sessão em Janeiro, e daí eu não sei que rumo vou dar a minha terapia.
Eu acabei mudando nesse tempo
Conforme 2021 aconteceu, muitas mudanças foram acontecendo na minha vida e na minha rotina, em especial essas três sobre as quais eu quis falar. Com tantas coisas se transformando e com tantos ciclos se encerrando, eu fiquei me perguntando qual a necessidade de manter certas coisas. Eu fui deixando algumas pra depois, dizendo pra mim mesma que eu faria aquilo mais tarde, mas quando sentei com o computador pra escrever não saía nada. Eu priorizava dormir, assistir alguma coisa, conversar com amigos ou mesmo fazer coisas fora do computador, e decidi que talvez eu possa abandonar algumas "tradições" com o blog, pra que ele seja de fato algo que eu gosto de continuar fazendo e que me represente de alguma forma. Cansei um pouco de ser uma blogueirinha modelo old school - eu gosto é de editar imagens e fazer layout bonitinhos e jogar conversa fora, então talvez eu devesse investir meu tempo e energia nisso, né non?

E foi assim que eu larguei mão de fazer postagem com metas, texto de despedida de ano e layout padrão de início de ano. Joguei tudo um pouco pro alto e decidi escrever só quando viesse a vontade, editar só quando viesse a vontade, e não me martirizei muito por isso. Também dei uma pausa em projetos voluntários que eu fazia na internet, e decidi investir meu tempo livre só com o que vem me trazendo sentimentos bons - e é isso, pessoal. Mesmo no design eu me permiti algumas liberdades, em especial com esse layout que não fica perfeito em todas as resoluções, mas que me fez feliz e expressou o clima que eu estava procurando. Que em 2022 a gente se permita um pouco mais, porque já vivemos um acontecimento que transformou totalmente as nossas vidas - que o tal novo normal seja de fato uma norma nova, sem saudosismo e sem muito choro pela rotina e normalidade perdidas. Essas ficaram no passado - junto com muitas outras coisas, infelizmente, que não deveriam ter ficado no passado, mas às vezes a vida acaba com algumas coisas e a gente precisa aprender a viver apesar disso. Então, sei lá: posso estar falando da boca pra fora e voltar atrás em alguns dias, mas por hora é isso que eu tenho pra falar. Feliz 2022, gente! Que os ventos tragam algo de novo pra todes vocês!

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Written by Shana | 16 de janeiro de 2022 | 2 Comentários | link to this post



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